segunda-feira, 4 de maio de 2015

Dependencia Tecnologica

Junto com o “boom” da internet e o incrível desenvolvimento dos jogos eletrônicos, aumentaram as preocupações acerca das possíveis consequências negativas que o uso intenso dessas tecnologias poderia causar. Boa parte desse medo vinha das semelhanças que o uso intenso da internet e dos jogos eletrônicos tinha com o uso de drogas como álcool, cigarro e cocaína.

Dependência
De fato, as semelhanças não são poucas. É bastante comum observarmos que algumas pessoas têm a necessidade de passar cada vez mais tempo conectadas. Elas priorizam este comportamento de modo a colocar em risco outras situações/relacionamentos importantes, persistem com o uso apesar das consequências negativas que ele acarreta, apresentam sintomas emocionais e físicos importantes quando impedidos de usar a Internet, etc.

Dependência de Tecnologia
Do ponto de vista clínico, considera-se Dependência de Tecnologia (do inglês “technological addiction”) quando o indivíduo não consegue controlar o próprio uso da internet/jogos/smartphones, ocasionando sofrimento intenso e/ou prejuízo significativo em diversas áreas da vida.

As incertezas
Entretanto, por ser um campo de estudo muito recente, ainda existem muitas indefinições sobre o assunto. A velocidade com que as tecnologias evoluem e a participação cada vez maior que a internet tem nas nossas vidas dificultam bastante o estabelecimento de critérios diagnósticos que sejam ao mesmo tempo úteis e confiáveis. Até o momento são poucos os estudos que confirmam as bases neurobiológicas desse transtorno e, principalmente, a influência do uso das novas tecnologias no desenvolvimento das crianças e adolescentes.

As certezas
Contudo, já sabemos algumas coisas importantes sobre essa condição que justificam a nossa preocupação em estudar melhor esse assunto:
1 – A dependência de tecnologia é um fenômeno global, e estima-se que aproximadamente 5% dos jovens que usam as redes sociais ou jogam on-line possam ter algum problema decorrente do seu uso.
2 – Meninos têm mais problemas devido aos jogos online, enquanto as meninas fazem uso mais intenso das redes sociais.
3 – Os prejuízos mais observados são: piora importante no rendimento escolar, isolamento social e conflitos familiares.
4 – A maioria dos jovens que se encontra nessa condição apresenta também outros problemas que necessitam atenção. Os mais comuns são depressão, ansiedade social, déficit de atenção/hiperatividade e agressividade.
5 – Para a grande maioria dos jovens, o uso intenso e os prejuízos decorrentes tendem a se manter ao longo do tempo, não sendo apenas uma “fase passageira”.

O indivíduo
De qualquer maneira, todo esse conhecimento só é válido se conseguirmos utilizá-lo dentro de um contexto que avalie o comportamento humano com todas suas peculiaridades. Apesar de existirem alguns padrões já identificados, cada pessoa joga ou usa as redes sociais por um motivo diferente, que geralmente tem base na sua própria e única história/situação de vida. Não tentaremos “encaixar” as pessoas num grupo de sintomas e a partir daí definir tudo o que deve ser feito, mas sim usar o conhecimento disponível para aprofundar ainda mais a investigação sobre como cada jovem se relaciona com a tecnologia.

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